Surf at Night 2015.

Dacasca Bar. Dacasca Bar é onde a noite de 8 de Agosto começa.
Os jovens localizam-se todos lá, cada grupo à porta a iniciar o convívio. Tens a tua garrafa de 1,5 litros de receita, onde tens de dizer a quem pergunta o que aquilo é que são as tuas análises de urina para evitar que alguém te peça e lá se vai 6% da tua bebedeira. De seguida, aqueles que compraram os bilhetes no Last2Tickets (que gerou a maior confusão porque há sempre aqueles clássicos problemas onde vais ao multibanco pagá-los e a caixa engole-te o cartão e não podes pedir ajuda ao banco porque é Sábado e está fechado, então tens de ligar à amiga que vive mais perto para vir ter ao banco pagar com o cartão dela, e depois dessa crise resolvida, chegas a casa para imprimir o comprovativo de que compraste-os para mostrar à entrada no recinto e trocá-lo pela pulseira, a tua impressora fica sem tinteiros e tens de voltar a recorrer à tua amiga) dirigem-se para a fila mais desfigurada que ia até Matosinhos, onde se encontrava toda a gente da tua cidade, e claro que uma pessoa tem de se fazer à vida e ir ter com os amigos que estão no início da fila, arriscando a sua segurança pessoal e ultrapassar 420 indivíduos alcoolizados com cadrasto violento.  Depois de já teres colado as pulseiras aos teus amigos e eles a ti, ficam ainda fora no recinto a acabar com as garrafas porque recusam a deitar 20 cêntimos fora da garrafa de 5€, e têm Dentinho como música de fundo e respondem "Não" quando ele pergunta "ENTÃO CORTEGAÇA, ESTÃO A CURTIR?".
São 23h, Dillaz está prestes a começar:
As pessoas começam a entram no recinto, a luta pela frontline está no seu auge. Cada um esforça-se mais para mostrar que acompanha Madorna 75, até que ele começa a cantar sons do Cria Actividade e calam-se todos, e retornam a usar as cordas vocais quando a Não Sejas Agressiva começa a tocar. É um momento lindo, a vista das mãos a fazerem o típico movimento de cima para baixo, mesmo à hip hop, emociona uma pessoa.
São 23:45, o concerto acaba e, depois de 45 minutos a orar a Deus para não arrebentar-te a bexiga no meio da multidão, corres para a WC portátil que tem menos xixi no tampo e procuras um rolo no chão das outras. Depois de ligares a lanterna do teu telemóvel, rezares para não apanhares alguma doença transmissível para não teres de comprar Ginocanistene, e emagreceres 3 litros, passas pela barraca da Super Bock onde compras 30 Somersbys para dares 15 chapéus às tuas amigas e voltas a correr para o lugar em que estavas.
São 00:00, DEAU entra em palco.
4400 em peso. O cântigo "SLB... SLB... SLB SLB SLB, FILHOS DA PUTA, SLB... FILHOS DA PUTA SLB!" ouve-se mais do que o próprio DEAU, e é neste momento em que pensas que ele vai cantar a música dele "Filho da Puta". O momento irónico do concerto é quando estás a fumar canhão enquanto ele fala sobre o mal da droga antes de começar a cantar a Andorinha. Depois, a sua irmã Teresinha aparece. Para quem não gosta de crianças, foi inevitável não derreter com ela. Ponto alto da noite: Vem Bezegol ao palco e o festival em peso canta a "Diz-me só", como estivéssemos todos numa competição de quem canta mais alto.
00:20 vais, mais uma vez, à barraca da Super Bock comprar uma sangria, e mais umas não sei quantas bebidas a menores de idade que não conheces de lado nenhum.
00:30, Bezegol entra no palco. Não interessa se já o viram 19 vezes, o entusiasmo pelo ar é palpável. O ambiente está incrível, todos os desconhecidos parecem amigos, gritas " ALGUÉM ME ARRANJE UMA MORTALHA" e ela vai parar às tuas mãos não sei de quem. Gritas, berras, e quando dás por ti estás no meio de um moche, onde acabas por entornar a sangria por cima do teu casaco branco, da tua T-Shirt branca e das tuas sapatilhas brancas. Que outfit inteligente para a ocasião. Quando o concerto acaba, já tens a voz igual à do Bezegol.
Entra em palco aquele que nem me vou dar ao trabalho de ir pesquisar o nome, ele só vê o rabo do público porque já está tudo virado para a porta do recinto, ou na fila para comprar um Cachorro Quente à Camaleão. Encontras aí pessoas que conheces da net, ouves os típicos comentários "ESTÁS TODA CEGA", respirar um bocado e o grupo decide que está na hora de voltar para casa.
Há quem tenha sorte (*cof* eu *cof*) e vai parar à zona fora do recinto atrás do palco e um guarda oferece-te a hipótese de ires aos bastidores para conhecer o Bezegol, e quando dás por ela estão a trocar 4 beijinhos, 1 abraço e 6 fotos.
A tua boleia chega. Não tens a mínima ideia como chegaste a quarto, deitas-te sem forças para desligar a luz ou meteres o telemóvel a carregar.
Acordas na manhã seguinte à hora do lanche, então decides ir almoçar e postar no Instagram, que é digna de ser partilhada no Facebook também, as fotos VIPs e ir meter nojo para o Twitter para quem não teve a mesma sorte que tu.
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7 comentários:

  1. Acho-te simplesmente genial (já te tinha dito isto antes, numa sub do twitter)! Tens noção que a minha única vontade é que este blog nunca acabe? Pois é, dou por mim à uma da tarde a reler todos os textos pela milésima vez, e mesmo assim não me canso. És uma inspiração para a minha geração, tendo em conta que sou um pouco mais nova que tu, pelo menos em termos de cultura e bons valores! Aprecio imenso os teu trabalho e sei que a partir de agora o teu blog vai crescer mais e mais e vais passar da "miúda que vendeu a escola no olx" a "miúda do blog genial", confia. Desejo-te tudo de bom, continua assim Inês e nunca desistas! Um beijinho :)

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  2. Li o teu blog de uma ponta à outra! Chorei a rir :'D

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